quinta-feira, 21 de maio de 2009

TIZUKA YAMAZAKI DESTACA APOIO DE DALVA FIGUEIREDO NAS FILMAGENS DE "AMAZÔNIA CARUANA"





A renomada cineasta brasileira Tizuka Yamazaki lançará este ano nas telinhas nacionais e internacionais a sua mais novo produção, o longa “Amazônia Caruana”, baseado na obra O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó, da pajé Zeneida Lima. Em entrevista a Assessoria de Comunicação da deputada federal Dalva Figueiredo, Tizuka fala sobre a trama e destaca o apoio que recebeu da parlamentar, entre eles o recurso de R$ 300 mil em emendas, durante as filmagens realizadas no Estado do Amapá. “Se não fosse o apoio da deputada, não estaríamos filmando hoje no Amapá”, afirmou a cineasta. Confira abaixo a íntegra da entrevista. Por Eglanen Nascimento O longa “Amazônia Caruana” é inspirado na obra O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó, da pajé Zeneida Lima. Como foi produzir um filme sobre o mito dos caruanas?Minha casa no Rio de Janeiro há alguns anos sofreu uma inundação. Essa inundação violenta me fez acordar para a pajé Zeneida Lima. Ela já vinha a uns seis meses me prevenindo de que eu sofreria um despertar na questão das águas. Quando minha casa inundou, eu percebi pela primeira vez as forças da natureza, as forças místicas que a natureza contém. Eu nunca fui uma pessoa de acreditar muito nessas coisas, mas ali já não era mais uma questão de acreditar, era um fato. E de posse do livro de Zeneida Lima, eu quis resgatar a cultura cabocla, que hoje está praticamente em extinção no Brasil e que é pouco conhecida até mesmo pelos amazônidas.A cultura caruana fala das energias que vivem em baixo das águas. Isso é uma coisa muito clara porque quando se vai à região norte, na Amazônia, no Amapá ou mesmo no Pará o que você tem são águas por todos os lados, é natural que isso seja dessa forma. Essa cultura não é indígena, não é africana, não é branca, é a mistura dos três, é cabocla. Para mim nada é mais brasileiro que a cultura cabocla. Então os caruanas são isso, as forças da natureza, e dona Zeneida é uma legítima defensora dessa cultura e talvez a pessoa viva mais importante nesse momento que possa falar sobre os eles. O filme vai relatar uma parte da vida de Zeneida, na ficção, quando ela tem 17 anos, mas 12 anos na vida real. Nesse momento ela tem que decidir se será pajé ou não, pois nasce com o sinal dos pajés e deve cumprir esse sinal. Seu pai, um político importante do Pará, muito ligado ao governador do Estado na época, não aceitava de forma alguma que sua filha virasse pajé, embora não fosse sua família legítima. Zeneida, por ser acometida de diferentes reações, o pai a considera louca e quer tratá-la como tal, mas a situação é outra, são as forças místicas se manifestando na jovem.Portanto, o filme está focado nesse momento da vida de Zeneida Lima e não é um documentário, mas uma ficção que traz muito dessa coisa lendária dos caruanas, da fábula, do conto, do místico das águas amazonenses.O filme retrata a força do caboclo amazonense, em especial, de uma figura feminina da região. Você acredita que o filme trará uma maior visão, tanto nacional como internacional, da mulher amazonense? Sem dúvida nenhuma porque a história de Zeneida é uma história fabulosa. É difícil pra mim falar sobre meu próprio filme, mas a gente espera que a produção faça uma bela carreira no cinema brasileiro, mas acreditamos também que terá uma grande aceitação no exterior porque há uma curiosidade muito grande sobre esses assuntos fora do Brasil, de modo que essa personagem, com sua força mística, há de encantar principalmente os jovens, porque esse é um filme para toda a família, para que possam ir ao cinema juntos e conhecer esse nosso Brasil maravilhoso. A pajé Zeneida Lima participa em algum momento nas filmagens do longa?Ela não tem um papel definido, não atuará como atriz, mas estará nas telas em alguns momentos interessantes do filme. A deputada Dalva Figueiredo assim como o Governo do Estado do Amapá teve participação na produção do filme. Como você considera o apoio da parlamentar para a realização do longa metragem?O apoio da deputada Dalva Figueiredo foi fundamental, assim como de outros deputados da bancada do norte. Se não fosse a deputada com sua emenda parlamentar, com seu carinho, buscando apoio junto ao governador Waldez Góes, e ainda disponibilizando seu gabinete e todo o seu pessoal, que inclusive tem nos atendido profissionalmente na busca da solução dos problemas, não estaríamos nos preparando para filmar no Amapá, pois filmar na Amazônia não é fácil, devido a uma série de dificuldades como de acesso, por exemplo. A deputada Dalva ainda nos conseguiu o apoio do governador do Estado, Waldez Góes, acionando-o desde o começo quando esteve em Brasília, onde ele se colocou à nossa disposição. É bom destacar que o governador está colaborando não só do ponto de vista da disponibilização de recursos financeiros, mas também com estruturas dentro do Estado e apoios estratégicos para que possamos filmar com mais tranqüilidade. Outro apoio muito importante que tivemos foi do prefeito Paulo Albuquerque, do município de Cutias, que é a nossa base, porque a pororoca fica dentro desse território. O prefeito, mesmo com algumas restrições devido à cidade ser pequena e vulnerável do ponto de vista de recursos, está fazendo o possível para nos atentar. Por todo esse apoio estamos muito bem no Amapá e devemos isso à deputada Dalva Figueiredo, que foi quem nos abriu as portas no estado do Amapá. Qual a importância das filmagens do fenômeno da pororoca na foz do Rio Araguari e Arquipélago do Bailique dentro do contexto de “Amazônia Caruana”?No contexto do filme essas tomadas no estado do Amapá são aquelas que darão a grandiosidade ao filme. São as grandes paisagens como, por exemplo, a pororoca, que é a maior do mundo no rio Araguari, imagens essas que irão mostrar a grandeza da Amazônia. Dessa forma, a Amazônia é a personagem central do filme, com suas florestas e suas águas.Além disso, a dramaturgia está bem contada com uma história de amor. Zeneida se apaixona por um encantado, o cobra Norato, e ele se transforma em rapaz e se apaixona por ela também. Mas o caruana todo poderoso não admite esse fato e a partir disso há a separação dos dois. A história, de certa maneira, nada mais é do que um Romeu e Julieta da floresta, pois tem impedimentos para se viver uma história de amor. “Amazônia Caruana” trará uma maior visibilidade para a região amazônica e conseqüentemente para o Amapá. Em sua opinião, essa visibilidade irá trazer quais benefícios para o Estado? Nós disponibilizaremos um clipe com as imagens das paisagens amapaenses e entregaremos ao governo do Estado, o que poderá ser usado para todos os tipos de divulgação tanto no Brasil e como no exterior. A pororoca, por exemplo, é um fenômeno turístico incrível, é claro que a cidade de Cutias precisa se preparar pra isso, que haja um grande trabalho de capacitação e de preparação para recepcionar os turistas. Mas a partir do momento que se divulgar essas imagens e colocar o assunto na agenda de discussões, somando com a publicidade de Amazônia Caruana, haverá mais visibilidade para a Amazônia e o Estado do Amapá só tem a ganhar com isso.

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